Vila do Mar
Barra do Ceará
A Rota da Barra do Ceará está no trecho que compreende a Avenida Theberge, esquina com Santa Eliza e a Avenida Pasteur. Esse pedaço do litoral é costumeiramente usado por nativos e tem uma potencialidade de ser explorada para um turismo náutico, contemplativo e de experiências, como o turismo gastronômico.
As praias do Japão e Praia do l são pequenas extensões de areia que convidam ao despojamento e descanso, concomitantemente.
Alguns habitantes mais antigos relatam que o mar era ainda mais distante do que atualmente se vê. A frequência dos que nelas costumam usufruir é composto por pescadores amadores e habitantes, bem como transeuntes.
A Barra traz fatos importantes e determinantes para sua relevância como um bairro fundamental para a nossa Cidade e para o nosso Estado: sua origem como núcleo habitacional do Estado, local das primeiras casas de veraneio da elite fortalezense, local onde funcionou durante anos o Clube de Regatas, onde eram realizados grandes formaturas e eventos de grande pompa, entre os anos de 1.960 e 1.990. Lá também funcionavam algumas modalidades de esportes como vôlei, natação e futsal.
Próximo ao antigo Clube, onde hoje é o CUCA, funcionava o hidroporto, onde por lá pousaram aeronaves de celebridades do Rádio Nacional (Sílvio Caldas, Francisco Alves), ministros de estado (Waldemar Falcão) e atores de cinema norte americano (George O’Brien).
O comerciante Alberto Souza, 53, é morador da Barra do Ceará desde 1.964, quando a família se mudou para Fortaleza. Ele lembra que, onde hoje existe a avenida Radialista José Lima Verde, havia o cenário marcado pelas dunas, que “iam até o rio e era muito bonito”.
No início dos anos 60, durante as construções do Clube de Regatas da Barra do Ceará, foram encontradas quatro balas de canhão, fato esse que veio a confirmar a existência de um forte militar e que causou divergências sobre a fundação da Cidade.

Marco Zero...
Um pouco de história

O Bairro da Barra do Ceará é o berço da colonização cearense, e o marco inicial é também em território praiano. Por essas águas passaram alguns navegantes franceses em direção ao litoral do Maranhão.
Segundo o Historiador Adauto Leitão, que é um exímio conhecedor de nossa história, até 1.603 nosso Estado ainda não era habitado, e coube a Martins Soares Moreno e Pero Coelho, essa tarefa. Pero Coelho desejava fazer da “Barra” uma espécie de Nova Lisboa.
O local escolhido para abrigar o primeiro fortim foi a margem direita do Rio Ceará, com o nome de Fortim de Santiago, ou Fortim de São Tiago, inaugurado em 25 de julho de 1.604.
Em 1.631, os holandeses tentaram tomar o Fortim de São Tiago, com a ajuda dos índios potiguaras, mas não foram bem-sucedidos na sua missão.
Apesar do Forte de São Tiago ser muito importante para que a presença portuguesa prevalecesse no Estado, e de ter sido consagrado como “marco zero” de Fortaleza, toda região passou por uma grande seca (a primeira registrada na história do Ceará), que ocasionou uma espécie de abandono por parte dos europeus, fazendo com que eles saíssem à procura de novas terras, mais ao Norte.
Aqui está a elucidação histórica para o fato do surgimento de Fortaleza apontar para a data de 13 de abril de 1.726.
O historiador explica que vestígios arqueológicos do forte já foram encontrados no Morro de Santiago, o que provaria cientificamente a existência da construção. Outro argumento apresentado por ele é o fato de a Câmara Municipal ter 312 anos de criação.
Potencial do Turismo de Experiências
As belezas naturais e a diversidade cultural suscitam a necessidade de uma outra visão, não mais periférica da Barra do Ceará.
Na história, na cultura e na alma de pescadores, sertanejos e artistas, há protagonismo e roteiros interessantes a partir de suas próprias conquistas.
Histórias que precisam ser contadas…
Quadrilha Arrastapezinho Do Sertão
Quadrilha junina formada somente por crianças e capitaneada pelo fundador e puxador da Banda, Paulo Rosemberg, ex-seminarista, professor do ensino fundamental e grande defensor da cultura popular. Paulo sempre foi um entusiasta das tradições populares e seus desdobramentos, que consistem na promoção dos brincantes e manutenção dos trabalhos exercidos pelos moradores, que são costureiras, marceneiros, cantores de quadrilha e demais profissionais envolvidos nesse projeto de perpetuação da tradição junina. Os trabalhos têm seu início meses antes dos eventos juninos (ensaios gerais) e tem sua culminância com os festivais de quadrilhas, que sempre acontecem nos meses de junho e julho. Economicamente falando é uma mola motriz para a comunidade da qual ela faz parte que é a comunidade da Cimpelco, localizada na rua seis companheiros, no bairro da barra do Ceará. Paulo, por ter formação crista católica, é frequentador da paroquia são Pedro, também localizado na Barra do Ceará.
Cooperação Técnica entre Fortaleza e Caucaia.
Em setembro de 2022, foi selado um acordo entre os municípios de Caucaia e Fortaleza, cuja finalidade e propósito é criar, divulgar, produzir e alavancar o turismo náutico entre as duas cidades litorâneas, seus litorais estão interligados pelo histórico e desconhecido Rio Ceará.
Já funcionam a pleno vapor quatro escolas de kitesurf na Barra do Ceará (3) e Cristo Redentor (1). Na visão de Alexandre Pereira, secretário da pasta de turismo do governo municipal fortalezense, a Barra tem uma inclinação natural ao turismo náutico e essa empreitada só vai comprovar essa aptidão. Já a colega de Caucaia, a secretaria Yrwana Albuquerque, é imprescindível que se espalhe essa notícia aos habitantes tanto da capital, quanto do município localizado na região metropolitana, que é detentor de interessantes equipamentos turísticos no seu litoral. Serão contemplados o stand up padle, canoagem e própria modalidade do kite, que já é consolidado no espaço geográfico de ambos os municípios. A parceria é para fortalecer e incentivar novos negócios de experiências turísticas, que certamente impactará na produção de serviços, no aumento do comércio e no desenvolvimento do turismo como um todo na região da Barra e bairros adjacentes.
Todos os empreendedores e seus respectivos estabelecimentos sairão fortalecidos com essa empreitada, que beneficiará a eles e seus negócios já devidamente montados. A gastronomia certamente terá papel de protagonismo nesse cenário favorável ao turismo náutico e os desdobramentos que serão dele gerados.
Há quem diga que aqui tem o pôr do sol mais lindo de Fortaleza!